sábado, 20 de dezembro de 2014

Ponto Final

É estranho quando alguém que você jurou amar e que jurou te amar simplesmente escolhe se distanciar sem nenhum aviso prévio ou tentativa de reparar os problemas.  Problemas esses que surgiram como imposições e como um ponto final para algo que nem eu e nem ele começamos sozinhos.  Começa-se junto e termina-se sozinho. Começa se amando junto e termina-se amando sozinho.

Eu tenho manias de exceder os limites da realidade com devaneios desnecessários que só enchem minha mente, coração e os olhos de lágrimas. E no meio de uma delas tento ver pelo outro lado: o lado de uma pessoa que não consegue se ligar emocionalmente. O lado de quem prefere a si mesmo e a distância do que a mim. E eu continuo achando isso injusto.
O melhor caminho é o sossego, melhor desapegar e esquecer, por mais que as lembranças estejam presentes em todos os lados.  Todas as fotos. Todas as roupas. Todos os lugares que eu gosto de ir. Todos os “um ano, nove meses e 29 dias”.  É difícil sair da imersão uma vez que ela já estava tão cômoda.

Não é justo fantasiar agora sobre a perfeição que eu não vivia. Não era perfeito. A relação tinha pontos fracos e fortes; coisas que eu gostava e coisas que eu detestava. Contudo eu não sou tola a ponto de esperar que tudo fosse perfeito e eu não esperava, tanto que eu vivi todos os momentos da melhor forma que pude, com um maldito sorriso no rosto e uma disposição que em alguns dias não eram a semelhantes à realidade. Enfim, também não é justo expor a parte ruim para justificar o fim.
O importante agora é nadar para fora da imersão. Procurar novas pessoas. Novos lugares. Novas fotos. Novas músicas. Novos sentimentos. Novas roupas. Novos cheiros. Novas experiências. Novos apelidos.

Extirpar do fundo da garganta essa vontade sufocante de chorar que domina os momentos em que a imersão parece densa de mais.  Borrar do fundo dos olhos as lágrimas. Borrar da cabeça as ilusões, as possibilidades de retomar. Não vai acontecer.

Agora, mais de um mês depois, eu coloco um ponto final nesse capítulo. De agora em diante elimino de mim as esperanças, a culpa e o “se eu tivesse feito diferente”. Elimino dele a a condição de ator principal, pois EU não quero mais. Se ele escolheu a distância, que fique com ela.


Ponto final.



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