É estranho quando alguém que você
jurou amar e que jurou te amar simplesmente escolhe se distanciar sem nenhum
aviso prévio ou tentativa de reparar os problemas. Problemas esses que surgiram como imposições
e como um ponto final para algo que nem eu e nem ele começamos sozinhos. Começa-se junto e termina-se sozinho. Começa
se amando junto e termina-se amando sozinho.
Eu tenho manias de exceder os limites da
realidade com devaneios desnecessários que só enchem minha mente, coração e os
olhos de lágrimas. E no meio de uma delas tento ver pelo outro lado: o lado de
uma pessoa que não consegue se ligar emocionalmente. O lado de quem prefere a
si mesmo e a distância do que a mim. E eu continuo achando isso injusto.
O melhor caminho é o sossego,
melhor desapegar e esquecer, por mais que as lembranças estejam presentes em
todos os lados. Todas as fotos. Todas as
roupas. Todos os lugares que eu gosto de ir. Todos os “um ano, nove meses e 29
dias”. É difícil sair da imersão uma vez
que ela já estava tão cômoda.
Não é justo fantasiar agora sobre
a perfeição que eu não vivia. Não era perfeito. A relação tinha pontos fracos e
fortes; coisas que eu gostava e coisas que eu detestava. Contudo eu não sou
tola a ponto de esperar que tudo fosse perfeito e eu não esperava, tanto que eu
vivi todos os momentos da melhor forma que pude, com um maldito sorriso no
rosto e uma disposição que em alguns dias não eram a semelhantes à realidade.
Enfim, também não é justo expor a parte ruim para justificar o fim.
O importante agora é nadar para
fora da imersão. Procurar novas pessoas. Novos lugares. Novas fotos. Novas
músicas. Novos sentimentos. Novas roupas. Novos cheiros. Novas experiências.
Novos apelidos.
Extirpar do fundo da garganta
essa vontade sufocante de chorar que domina os momentos em que a imersão parece
densa de mais. Borrar do fundo dos olhos
as lágrimas. Borrar da cabeça as ilusões, as possibilidades de retomar. Não vai
acontecer.
Agora, mais de um mês depois, eu
coloco um ponto final nesse capítulo. De agora em diante elimino de mim as
esperanças, a culpa e o “se eu tivesse feito diferente”. Elimino dele a a
condição de ator principal, pois EU não quero mais. Se ele escolheu a
distância, que fique com ela.
Ponto final.
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