terça-feira, 19 de maio de 2015

[Redação - ENEM 06] Sociedade de padrões estéticos.

TEMA: Sociedade de padrões estéticos. 

Tempo: 2hrs e 04 minutos

Nota: 920


Os desafios ao desvio padrão em meio a média

Na década de 1950, Marilyn Monroe, com suas curvas e o cabelo encaracolado, ditou os padrões estéticos de uma época. Hoje, no século XXI, apesar dos padrões de beleza serem diferentes ainda carregam consigo uma face nem tão bonita assim: um estigma social,  causado pela imposição de uma singularidade em uma sociedade plural. A aceitação e a valorização das diferenças: eis um desafio à sociedade. 


É valido considerar, antes de tudo, a influência da mídia na difusão dos modelos estéticos. As protagonistas das novelas, as capas das revistas ou os rostos sempre felizes dos comerciais de beleza: de forma direta ou indireta vendem um estereótipo ideal, não só como sinônimo de beleza, mas também - erroneamente - como sinônimo de felicidade. Dessa forma a mídia atua como propagadora de uma única forma de representação estética nos meios de comunicação.

Cabe apontar, também, o papel da indústria, na formação dos padrões de beleza.  Após a criação da demanda, pela mídia, no público, a indústria da beleza oferece o "tratamento de beleza ideal" para qualquer imperfeição, sem cremes variados ou pílulas emagrecedoras. Isto é como se o desvio padrão fosse uma doença em meio a média. Os padrões de beleza, portanto, são defendidos pelas indústrias cosméticas como um verdadeiro vetor de crescimento, mesmo sendo responsáveis por problemas de saúde e problemas psicológicos em homens e mulheres.

Embora pouco relacionados, os padrões de beleza possuem um caráter patológico evidente na sociedade. A busca inatingível pelo corpo magro, pelo cabelo liso e a pela "eterna juventude" são os principais causadores da baixa auto estima. Nesse contexto, a depressão e a ansiedade, assim como os distúrbios alimentares, nunca estiveram tão presentes na vida dos jovens e adultos, que são verdadeiras vítimas da busca de um ideal que não corresponde às suas individualidades. 

Fica evidente, portanto, que a imposição de padrões de beleza é um desrespeito às diferenças. Para reverter este quadro será necessário que as famílias e as escolas conscientizem os jovens - por meio do diálogo aberto e de oficinas pedagógicas - sobre a importância das individualidades. Também será necessário que as ONGs atuem com palestras na conscientização das pessoas que não estão mais na fase escolar. Sendo assim, no futuro, não teremos mais um único ícone que represente a médica, mas teremos o desvio padrão como ícone.    

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